top of page

Mellonta Tauta: new wave/dreampop argentino

Quando se fala em banda sulamericana do gênero indie/dreampop/new-wave, é impossível não lembrar dos hermanos do Mellonta Tauta, oriundos de Mar del Plata, Argentina.

Com fortes influências de Cocteau Twins, This Mortal Coil e Mazzy Star, o Mellonta Tauta deu o ar da sua candura em meados de 1994 com o álbum "Sun Feel", lançado pelo selo alemão Hyperium Records, uma legítima referência aos anos 90 com nuances, levezas e vocais quase celestiais a cargo de Leticia Solari.  Essa primeira fase da banda também rendeu 2 EPs, "Fishes" e "Ocean".

Talvez um pouco desiludidos com a cena indie, a banda criou um longo e gélido hiato, mesmo sem um anúncio oficial, as guitarras e as vozes etéreas se calaram e ressurgiram das cinzas (?), em meados de 2012 quando resolveram voltar a cena para trabalhar num novo álbum, que seria lançado em março do ano seguinte.  

Contando com uma nova e, ainda mais cristalina vocalista, Karina Altamiranda, o segundo álbum do grupo intitulado "Rainbow Melodies", traz 14 pérolas com apelos mais encorpados, maior amadurecimento e influências ainda mais nítidas do legítimo shoegaze britânico, abusando de guitarras, noises, sintetizadores e distorções bem planejadas, nada jogado por acaso.  Um trabalho maduro, coeso e que não seria possível se não fosse pelo profissionalismo do guitarrista e quase "faz tudo", Daniel Quiroga.  Ele assina algumas linhas de baixo, teclado e arranjos, o cérebro do Mellonta Tauta (nome oriundo de uma história de Edgar Allan Poe, escrita em 1849).

Para saudosistas de plantão e toda aquela geração mais "antiga" do cenário indie dos 80 e 90, "Rainbow Melodies" é um tiro certeiro quando se pensa em música feita com alma, coração e, simplesmente verdadeira.  Impossível não ter este registro em sua coleção de disquinhos de plástico com acrílico.

Mesmo com dificuldades e trabalhos espaçados, o Mellonta Tauta se mantém mais vivo que nunca e, para uma quase completa embriaguez  sonora de seus seguidores e fãs, a banda nos presenteou no último mês de junho, com o EP "Cosmic Voyager" contendo 4 belas canções, quase pop, quase baladinhas oitentistas com um pé no darkwave mas, com o mesmo punch certeiro de trabalhos anteriores, profissionalismo acima da média. No próprio release do EP a assinatura de "novas músicas se aproximando de um som new wave, explorando novas formas", é bem por ai o caminho a se seguir, sem deixar de lado as raízes do começo, meio e... do eterno!

O trabalho foi gravado nos estúdios MT Home Studio em Mar del Plata porém, mixado e masterizado no Blue Velvet Studio II em Florença na Itália.

Se você chegou até esta resenha e leu até o final, é porque merece ouvir e conhecer a banda, se é que já não o fez.

Ouça o Mellonta Tauta: Bandcamp

Jack Robert (editor, TMN)

bottom of page