The Soft Cavalry: uma grata surpresa
Rachel Goswell, a voz suave do Slowdive, sempre esteve envolvida em alguns projetos paralelos como Minor Victories, Mojave 3 e, recentemente ela se juntou a Steve Clarke o qual, conheceu em meados de 2014 e veio a casar-se em 2018 para, formar um novo projeto, a grata e deliciosa surpresa chamada The Soft Cavalry.
Recentemente a "banda" lançou seu primeiro álbum homônimo com 12 faixas muito bem executadas oscilando de um pop quase nonsense passando por guitarras folk e ritmadas desembarcando nas sutilezas que lembram muito o Slowdive, principalmente quando o vocal de Rachel fica em primeiro plano. Uma quase inevitável comparação.
O álbum é quase uma concha de retalhos muito bem orquestrada e executada com identidade própria e sem necessidade de remeter a este ou aquele caminho.
Rachel e Steve conseguiram fazer algo brilhante sem apelação comercial, sem invenções e sempre com o dois pés bem fincados nas purezas do Shoegaze e British Rock dos anos 90 e até com um pouco de levada dos anos 80. Em tempos de música de péssimo mal gosto no cenário nacional e mundial, The Soft Cavalry acalma a alma de qualquer amante da boa música.
"Bulletproof", "Never Be Without You" e "Dive" possuem vídeo oficial circulando nas redes sociais e vale a conferida.
Em recente entrevista, Steve Clarke comentou: "Eu sempre tive idéias, mas nunca senti que qualquer coisa que eu tivesse a dizer fosse digna da atenção de alguém, muito menos da minha". Ainda bem que ele resolveu compartilhar suas idéias e talento com nós, meros mortais.
Meus destaques pessoais ficam para a faixa de abertura, "Dive", uma quase baladinha sussurrada cheia de calmaria na voz do barbudo Clarke. "Bulletproof" a faixa seguinte, traz batidas meio eletropop com sintetizadores e difícl não deixar se levar pelo ritmo. "Only in Dreams" viaja pela suavidade jazzística de uma noite de inverno regada a um bom vinho. "The Light That Shines On Everyone" é outra levada lenta e ritmada. "Mountais" é simplesmente linda, bem orquestrada com os vocais de Clarke encaixando perfeitamente em cada tom e nota, impossível não sentir uma quase nostalgia. "The Ever Turning Wheel" fecha o álbum com maestria deixando a sensação de querer mais.
Em resumo, ouça, compre, "roube" emprestado mas, não deixe de ter esse disco em sua coleção. O álbum num todo é cheio de calmaria, suavidade e reflete bem o espírito da dupla responsável.
Na capa do álbum temos Steve Clarke na sua infância (ainda sem barba), e na contracapa Rachel em sua quase adolescência andando de bicicleta. Fotos raras de um trabalho raro e lindo.
Corre lá e vai ouvir!!!
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